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Mostrando postagens de 2020

200 anos de Anne Brontë: a irmã esquecida.

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Neste ano de 2020 é o bicentenário de Anne Brontë (1820-1849) , esta que é a terceira das irmãs inglesas que revolucionaram a literatura de autoria feminina na Era Vitoriana. Por esse motivo, resolvi fazer este post sobre a vida e um pouco de sua obra. Foi inclusive pelo fato de Anne ser a irmã menos estudada e lida que resolvi utilizar uma de suas obras como objeto de análise na minha monografia na graduação. Ao concluir a pesquisa, constatei que isso se deu porque o pensamento de Anne era ainda mais revolucionário que o de suas irmãs, o que claramente ia contra aos preceitos extremamente conservadores de sua época — tanto que A Senhora de Wildfell Hall pode ser hoje compreendido como um dos primeiros romances feministas de que temos notícia. Assim, fazer com que mais pessoas conheçam a sua obra é de grande importância para que se conheça essas mulheres que abriram caminho para que tenhamos os direitos que usufruímos hoje, bem como nos dar força para continuar com nossa luta. Agora d

Sobre a cobrança em ser produtivo(a) durante o isolamento social.

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Acredito que este esteja sendo um período difícil para todos nós, afinal, se você tiver apenas um pouco de consciência, deve saber que nada vai bem no nosso país, e uma pandemia como esta que estamos vivendo só piora tudo. Diante de tanto medo, medo de ficar doente, medo de perder alguém que amamos, medo de as coisas não voltarem ao normal, ainda existe algo que aflige grande parte das pessoas, tanto as que trabalham, quanto para as que estudam ou que estão tentando desenvolver algum projeto pessoal: a produtividade. A cobrança em sermos produtivos está sempre presente, somos cobrados o tempo todo, às vezes isso acontece principalmente por nós mesmos. Nos forçamos a produzir, a nos sentirmos úteis, ativos, o que é muito bom, mas que não necessariamente precisa acontecer todo o tempo. Nem sempre as coisas funcionam, nem sempre conseguimos nos concentrar, nem sempre se mover é algo simples. Existem dias e dias. Para alguns de nós apenas conseguir levantar da cama e sair do quarto já

Resenha: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.

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Glauber Pedro de Andrade Rocha é um cineasta brasileiro nascido em Vitória da Conquista, Bahia, em 1939. Além de cineasta também era escritor e foi um dos líderes do Cinema Novo, o qual é um movimento vanguardista "de renovação da linguagem cinematográfica brasileira, marcado pelo realismo e pela crítica social do país. Seus filmes caracterizam-se pela concepção de cinema autoral e pelo baixo orçamento de produção, coerente com as condições do Brasil da época." Desde o Ensino Médio tem contato com o mundo da sétima arte, participando de clubes de cinema na Bahia, bem como organizando no colégio espetáculos de dramatização de poemas modernistas e escrevendo críticas em jornais. Em 1958, Glauber viaja pelo sertão nordestino, o que o faz conhecer e se aprofundar mais na cultura popular. No ano seguinte, lança o curta experimental Pátio  e filma Cruz na Praça , obra inacabada. Em 1961, inicia as gravações de Barravento , exibido no Brasil apenas em 1967, mesmo ano de lanç

TAG: 10 perguntas literárias.

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Olá, pessoas. Já tomaram seu cafézinho da tarde? Hoje trouxe para vocês mais uma TAG bem divertida de responder, com algumas curiosidades sobre livros. Sintam-se à vontade para responder as perguntinhas nos comentários ou mesmo mentalmente. 01. Qual a capa mais bonita da sua estante? Essa é uma pergunta difícil, pois tenho muitos livros que acho as capas lindas demais. Mas escolho a edição da Record de A Senhora de Wildfell Hall , de Anne Brontë, por ser bem simples, com um fundo azul escuro e umas flores brancas que a tornam singela e bonita. 02. Se pudesse trazer um personagem para a vida real, qual seria? Traria a Criatura de Frankenstein , porque esse é um dos personagens com o coração mais bondoso e a alma mais sensível, antes de ser corrompido pela maldade e preconceito das pessoas. 03. Se pudesse entrevistar um autor, qual seria? São tantos! Mas no momento a que eu mais queria seria Maria Valéria Rezende. 04. Um livro que não lerás de novo? Por quê?

Algumas escritoras brasileiras contemporâneas para conhecer em 2020.

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Para o primeiro post do blog este ano resolvi trazer uma lista de autoras brasileiras contemporâneas que precisam ser mais conhecidas e lidas, tendo em vista que a maioria delas é pouco conhecida fora do âmbito acadêmico. Estas mulheres são, além de exímias escritoras, grandes exemplos de força, resistência, inteligência, entre outras qualidades perceptíveis em suas obras e histórias de vida. Tive o prazer de ler obras das seis autoras aqui apresentadas, as outras três que cito ao final estão na minha lista de leitura faz tempo, no entanto uma hora essas leituras saem e espero que vocês também se proponham a ler algo delas. Agora vamos à lista.   Maria Valéria Rezende: Maria Valéria é uma paulista que vive na Paraíba, nasceu em 1942 e continua atuante na cena literária brasileira. Seu último livro publicado foi Carta à Rainha Louca (2019), o qual é o objeto de análise na atual pesquisa que estou desenvolvendo. Além dele, a autora publicou um bom número de obras, sendo as mai