Um amor chamado Penny Dreadful.

Na última segunda-feira (20/06), tive a triste notícia de que uma das minhas séries favoritas tinha sido cancelada. A série estreou em 2014, chegando ao fim em sua terceira temporada. Ainda não tinha assistido ao series finale de Penny Dreadful e até então o criador da série, John Logan, não tinha nos informado sobre seu fim. Nem preciso dizer o quanto chorei assistindo esse final, foi bem pesado. Essa série é tão especial assim para mim por várias razões, então resolvi falar sobre ela aqui (como já tinha prometido na resenha sobre O Retrato de Dorian Gray) como um modo de homenageá-la e também como despedida.


Penny Dreadful é uma série de horror criada por John Logan e produzida por ele e Sam Mendes. Se passa no final do século XIX, na cidade de Londres na Era Vitoriana. A história conta com personagens clássicos da literatura gótica como Victor Frankenstein e sua Criatura que na série adota o nome de John Clare (seu poeta favorito), Dorian Gray, Conde Drácula e Dr. Jekyll (O Médico e o Monstro), além de bruxas, lobisomens, possessão demoníaca e muita poesia.
O título da série veio como uma alusão aos folhetins publicados naquela época, de histórias de terror bem sangrentas que se popularizaram por serem de fácil acesso, por isso o nome penny dreadfuls (penny = moeda/tostão, dreadful = terrível/pavoroso). Uma dessas histórias que ficou conhecida até hoje é a de Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, que virou um filme de Tim Borton protagonizado por Johnny Depp.
Mais do que apenas terror, a série nos mostra com muita profundidade a trama das personagens. A primeira temporada teve como tema principal os vampiros, na segunda, as necromantes e na terceira o foco foi mais na resolução da história de Vanessa Ives (Eva Green), a protagonista da série. 
Os personagens que não foram criados especialmente para a série são, na verdade, uma releitura dos da literatura, eles carregam uma base na história original, mas suas vidas levam rumos diferentes ou nos serve como uma "continuação" da vida desse personagem. Não me canso de dizer como o roteiro, as atuações e toda produção da série são impecáveis, a atuação de Eva Green ganha total destaque por ser espantosamente incrível (percebam o quanto amo essa mulher haha) e causar medo até em pessoas que não acreditam no sobrenatural.








De um modo geral, você vai sentir medo, chorar, se emocionar, e se encantar com a história por trás de cada personagem, seus conflitos internos e sobrenaturais. Penny Dreadful transborda poesia e mostra doenças da alma e melancolia dignas das histórias de Poe. Ela me envolveu muito e vai ter um lugar especial no meu coração para sempre, agora só me resta rever as temporadas quando a saudade bater.
Indico essa série para você que, assim como eu, ama o lado sombrio, os conflitos internos, o terrível da natureza humana, o sobrenatural, o oculto e também, é claro, uma dose de poesia e romance. Espero que tenham gostado do post e se interessado por essa série maravilhosa que vale a pena ser vista, melhor, apreciada. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Conto: O Baile da Morte Vermelha, de Edgar Allan Poe.

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë.

Resenha: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.