A Bruxa (2016), se passa na Nova Inglaterra, no ano de 1630. Após desentendimentos com a igreja, William e Katherine são expulsos da vila onde moravam com suas cinco crianças, e partem sem rumo à procura de um novo lugar para se estabelecerem. Acabam morando à beira de um deserto intransitável cercado por uma imensa floresta. Em nenhum momento ficamos sabendo o motivo da expulsão deles, mas mesmo com o ocorrido, a família continua totalmente fiel aos ideais cristãos daquela época, com um fanatismo exacerbado, por sinal.
O ambiente hostil onde vivem é um dos elementos essenciais do longa. Com uma fotografia impecável, ele retrata muito bem como o território americano ainda era inóspito, além de mostrar a cultura daquele povo de um modo bem realista. Inclusive, o filme foi totalmente baseado em lendas e relatos escritos e orais de pessoas daquela época.
Tudo começa a piorar quando o filho caçula deles, um bebê ainda de colo, desaparece misteriosamente enquanto estava aos cuidados de sua irmã mais velha Thomasin, que pode ser considerada a protagonista do filme. As perspectivas de melhorias na vida deles são quase nulas, e como um modo de se fortalecerem, eles se apegam ainda mais a sua religiosidade. Esse é um fato que me traz um certo desconforto, pensar no quanto a religião pode ser controladora, principalmente naquela época. Desde o começo do filme você irá perceber isso.
Mesmo com toda a sua fé, a família não pôde fugir do terror e mal iminente que viria daquela floresta. Nesse momento, o roteiro começa dar mais destaque ao filho Caleb, um pré-adolescente que começa a tomar conta do seu papel como futuro homem da casa, aos gêmeos Mercy e Jonas, e seu bode preto de estimação extremamente assustador Black Phillip.
Outro elemento excepcional em A Bruxa é que nenhum dos personagens é descartável, todos eles têm um papel de suma importância. E isso me fez ficar impressionada com a atuação dos gêmeos, por exemplo. E Thomasin, interpreta perfeitamente o papel de figura feminina injustiçada, o que remete àquelas mulheres julgadas pela inquisição.
A ambientação, o bode preto, a lebre e o corvo, todos esses elementos fizeram com que as cenas ficassem ainda mais perturbadoras. Acho que essa é a palavra mais adequada para descrever o filme: perturbador. E a cena final? Bem, usarei as palavras do meu amigo Ricardo: "senti uma mistura de excitação e angústia".
A Bruxa, sem dúvida, já entrou para a minha lista de filmes favoritos, e já tem suas cinco estrelas dadas por mim no Filmow. Deixo aqui a minha recomendação de filme para essa sexta-feira 13.
Título Original: The VVitch
Direção: Robert Eggers
Roteiro: Robert Eggers
Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson e Kate Dickie
Origem: EUA
Ano: 2016
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